Inundando as planícies da razão

-Que casa mais fria. – Jeff reclamava enquanto apertava os braços.
Olhei nos olhos dele, com mais a mesma frieza da casa.
-Desculpe, as casas se parecem com os donos.
(silêncio)
-Por que está agindo assim comigo?
-Assim como? – eu disse acendendo um cigarro.
-Assim, como um monstro, mastigando meu coração... 
-Qual é Jeff, chega de sentimentalismo barato, para de atuar. 
-Eu te amo Bia!
-Obrigada.
-Como é?
-Sai da minha casa...
-Mas, Bia, eu...
-Sai. – eu disse levantando do sofá me dirigindo até a porta.
Jeff baixou a cabeça e saiu lentamente, me olhando nos olhos, ameaçando chorar.
-Adeus. 
-Não, Bia me perdoa!
-Sai fora cara! – eu o empurrei para fora e bati a porta.
Deslizei lentamente apoiando minhas costas na porta, sentei no chão e deixei escapar uma lágrima de ódio. Ele teve a capacidade de fazer todo o teatro que fez no dia em que o peguei beijando minha vizinha. 
Eu não poderia perdoá-lo. Eu jamais me perdoaria por cair em suas mentiras. Eu estava sozinha e confusa. Triste por amá-lo, feliz por rejeitá-lo. Confusa.
Eu poderia bater na cara da minha vizinha até deixa-la desfigurada, mas foi ele que errou. Ele que não me amou o bastante.
E o castigo de Jeff, seria meu desprezo, por mais que eu soubesse, que ele arranjaria outra para enganar...