Nunca se sabe
-Está tudo bem? – ele perguntou do outro lado da linha.
-Está sim – eu disse tomando o ultimo comprimido do frasco –
e ai?
-Está tudo bem também. O que está fazendo?
-To olhando nossas fotos, estou com saudades.
-Ah amor, também sinto sua falta. Mas agora falta apenas
mais um ano para a gente se ver.
-Eu sei. Promete pra mim que vai se cuidar? – eu disse
limpando as lagrimas que lavavam meu rosto pálido.
-Claro! Sempre me cuido. Sua voz está estranha, está
acontecendo algo errado? – ele disse preocupado.
-Nada, apenas estou cansada.
-Eu te amo Bia.
-Eu também te Amo Karl.
-Tenho que voltar para o trabalho, vou desligar.
-Tudo bem. Ei, eu sempre vou te amar. – eu disse
desesperada.
-Eu também sempre vou te amar.
Ouvi o sinal do telefone desligando. Chorei e lamentei.
Talvez eu devesse ter dito mais algumas coisas. Agradecer, talvez. Não sei.
Mas apenas desliguei o telefone e injetei uma quantidade
muito alta de heroína. Nada mais iria importar. Senti meus olhos ficando
pesados e meu coração disparando.
Eu estava cansada e ele nunca entenderia meus motivos.
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